A cruz que está no bairro Cruzeiro em Arcos há mais de 230 anos
Série Patrimônios de Arcos – Parte III
Na 3ª matéria da Série “Patrimônios de Arcos”, hoje relatamos a história do Cruzeiro localizado no bairro de mesmo nome, de acordo com informações do documentário Patrimônios Tombados de Arcos, lançado em dezembro de 2021 por iniciativa do ex-presidente do Conselho Municipal do Turismo, Donizete Bernardes.
Imagens: AG Filmes/Gabriel Assis / Recorte Portal CCO
O “Cruzeiro dos Mártires”, segundo relato do presidente da Associação do Bairro Cruzeiro, Geraldo Moisés de Oliveira, existe há mais de 200 anos. É assim conhecido porque nele eram fixadas peças de flagelação. “Com o passar do tempo, essas peças se perderam; e houve várias intervenções do Município com relação à sua conservação e restauração”, informa.
Em entrevista ao CCO em maio de 2016, Geraldo Moisés disse que, segundo relatos de famílias tradicionais da região, o cruzeiro está ali desde 1793, portanto, há mais de 230 anos. O tombamento ocorreu em 1999.
Restaurações
A primeira restauração foi feita por iniciativa da comunidade, por meio da Associação e Comissão Cultural do Bairro.
A mais recente, em 2016, resultou de um projeto da equipe da escola municipal Laura Andrade, que incentivou os alunos a retrataram a história desse Cruzeiro por meio de poesia e teatro. “Eles conseguiram mobilizar o poder público. [...] Então, o nosso muito obrigado!”.
Em direção à porta da igreja matriz
Um fato curioso é que a posição do Cruzeiro é em direção à porta principal da igreja Nossa Senhora do Carmo, padroeira de Arcos. Acredita-se que houve todo um planejamento para implantá-lo exatamente naquele lugar, porque isso era uma tradição.
Naquela época, há mais de dois séculos, havia o costume da construção dos cruzeiros e eles serviam, além de local de oração, como pontos de referência para tropeiros. Todos os cruzeiros sempre são colocados em pontos mais altos.
Dia da Santa Cruz
Anualmente, em 3 de maio, é celebrado o “Dia da Santa Cruz”, quando a comunidade e visitantes se reúnem em volta do cruzeiro.
Tradicionalmente, ao final da festa são distribuídos os pequenos balaios com doces feitos pelos festeiros.
O costume de “regar a cruz”
Em matéria publicada pelo CCO em 2016, Geraldo Moisés contou sobre a tradição de décadas atrás, quando, em épocas de seca em Arcos, pessoas da comunidade tinham o hábito de ir até o cruzeiro e jogar um pouco de água na base dele, pedindo chuva. “Quando voltavam para casa, a chuva já estava caindo”.
Ao longo de gerações, o local foi ponto de encontro. Crianças brincavam em volta e casais de namorados marcavam encontro por ali.
O documentário foi feito com apoio Prefeitura de Arcos por meio da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo (Semcelt), em 2021. A produção coube à AG Filmes/Gabriel Assis.
Assista na íntegra:
https://www.youtube.com/watch?v=lCnHFDI7yTs
Leia também:
https://www.jornalcco.com.br/serie-bairro-de-arcos-cruzeiro-mais-do-que-um-bairro-uma-grande-familia
https://www.jornalcco.com.br/cachoeira-da-usina-velha-em-arcos-santuario-da-vida
https://www.jornalcco.com.br/capela-do-senhor-bom-jesus-na-estrada-paineirascalciolandia-piranhas