Arcos: muitos preferem se arriscar a usar a passarela sobre a BR-354

O Jornal CCO esteve junto à passarela entrevistando diversas pessoas aleatoriamente para descobrir porque muitas preferem atravessar a estrada por baixo ao invés de usarem a passarela

Out 22, 2024 - 15:51
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Arcos: muitos preferem se arriscar a usar a passarela sobre a BR-354


De uma maneira geral, nas duas vezes em que o CCO esteve junto à passarela sobre a BR-354, conhecida como passarela da ‘PUC’, constatou-se que, de uma maneira geral, o movimento de pedestres é menor do que o esperado ou anunciado como justificativa para a construção da obra de arte especial. Na denominação dada pela engenharia civil, viadutos, passarelas, pontes e bueiros, na engenharia civil são conhecidos como obras de arte especial.

Distância maior e perda de tempo

Para justificar a não utilização da passarela, aos pedestres e ciclistas argumentam sobre o desconforto da perda de tempo e da distância maior a ser percorrida. Mesmo assim, as mesmas pessoas reconheçam que a travessia no nível da rodovia apresenta maiores riscos, diante do movimento intenso de veículos.

 
Depoimentos

Marilda (40), que reside no bairro Nossa Senhora Aparecida, disse que faz o que muitas pessoas fazem, atravessam por baixo. No caso dela, a justificativa é que usar a alternativa da escada é cansativo pela quantidade de degraus e, pela rampa, a dificuldade é a distância, perdendo-se tempo.  “Na descida da rampa é arriscado ser apanhado por algum carro ou moto que sai da rodovia e entra na rua (rua Juscelino Kubischek)”.


De fato, foi possível constatar que muitos veículos, especialmente motocicletas, ao converterem para a rua, se aproximam excessivamente da extremidade da passarela.

“A escada ficou muito longa. Demora mais para atravessar”, disse João Vitor (20), outro morador do bairro N. S. Aparecida, dizendo que a opção de atravessar a rodovia, enfrentando o trânsito vale a pena pelo tempo.

“Agora já tá feito, né, é realidade. Mas, você ver alguém passar aqui é muito difícil” – falou Genésio (71) que mora no bairro Esplanada. Disse que, para ele não faz muita diferença, porque ele dificilmente faz a travessia para o outro lado da rodovia.

“É muito grande. É preferível aguardar os carros passarem e atravessar” – disse Dona Aparecida, de 79 anos, que mora na roça, nos fundos no ‘N.S. Aparecida’. Mas, disse que irá começar a usar a passarela, depois que reconheceu sentir medo ao passar entre os veículos.

Valter (42), morador do Calcita, disse que já fez a contagem do tempo, na única vez que usou e concluiu que perde muito percorrendo a passarela de um lado a outro. “A passarela poderia ser mais curta”.


Márcia (49) vem com frequência do bairro Brasília, ela contou: “Uso a passarela 90% das vezes em que venho ao bairro Calcita para visitar minha mãe. Dá mais segurança e é mais prático. Quando venho no domingo e o movimento na rodovia é menor, a gente atravessa por baixo mesmo”. Ela disse que dá mais sensação de segurança, pois não confia muito nos motoristas, espacialmente no motociclistas, que considera o principal problema.


Hugo (31) que é de Capitólio e vem com frequência a Arcos. Quando está aqui usa a passarela esporadicamente. Ele diz que hoje (22/10), o trânsito está mais tranquilo e optou por atravessar a rodovia sem usar a passarela. “Com certeza, usar a passarela é mais seguro e quando venho a Arcos e necessito atravessar a rodovia eu geralmente uso, pois o trânsito é muito intenso”.



A passarela

Iniciada em dezembro de 2023, a passarela sobre a BR-354, nas proximidades da PUC/MG Arcos, foi inaugurada em julho passado, tendo custado aos cofres públicos mais de R$ 2,2 milhões (valor contratual).

Como justificativa para a execução da obra, a prefeitura, à época, esclareceu dizendo que especialmente o crescimento da região dos bairros Calcita, Santa Efigênia e Santa Terezinha determinou necessidade da passarela. Na entrevista, o secretário justificou que o deslocamento de alunos dos ensinos Fundamental e Médio; de estudantes da IFMG; dos trabalhadores em geral; e das pessoas que residem nesses bairros exigia melhores condições de mobilidade com segurança, e destacou o intenso volume de tráfego de veículos de todos os portes.

De fato, o movimento de veículos é intenso e a passarela para aqueles que a utilizam, realmente oferece mais segurança na travessia, no entanto, parece que o desconforto de subir e descer não agrada a maioria, embora, deva-se dizer que, a maioria dos estudantes, de fato, a utiliza.