Bancada feminina no Legislativo arcoense

Ao observar o cenário brasileiro, nas eleições de 2024, 15% das candidaturas foram de mulheres. Entre os eleitos, esse índice caiu para 13%, de acordo com divulgação feita pelo Senado.  

Em Arcos, o percentual de candidatas foi bem maior:  31%.  Três mulheres foram eleitas: a veterinária Jaiane Fátima Soares (35 anos), a coordenadora de Recursos Humanos Leslie Mariana Silva Costa (31 anos) e a professora Kátia Mateus (53 anos), que cumprirá seu segundo mandato.

Atualmente, Kátia é a única vereadora entre os nove. A partir de 2025, a “bancada feminina” terá a representatividade de 33%. Ela comemora o fato. “Embora eu seja muito respeitada na Câmara, sinto falta de uma companheira ali. [...] Quero muito somar com as duas”.

Com representações femininas e masculinas, população tende a ganhar 

Kátia Mateus

Kátia Mateus diz que a participação das mulheres também é importante, considerando que homens e mulheres têm visões diferenciadas. “Tendo essas duas representações, a população tende a ganhar”.
A vereadora destaca a importância da união das forças femininas e da busca de espaço também na política. “Acredito que esta legislatura será melhor ainda”.
 

Diversidade de vozes 

Leslie Mariana Silva Costa

Leslie Mariana Silva Costa acredita que a participação feminina na política é essencial para a construção de uma sociedade mais justa. “A presença de nós mulheres no poder traz uma perspectiva de diversas situações e contribui muito para decisões mais equilibradas, refletindo melhor nas necessidades da comunidade”. 

Ela diz que a nova identidade do Legislativo Municipal é um grande avanço. “A diversidade de vozes enriquece o debate político e vai fortalecer nossa capacidade de enfrentar desafios”. Outra vantagem, segundo ela, é que poderão incentivar outras mulheres nesse engajamento. Acrescenta que vão lutar por um espaço onde todas as vozes sejam ouvidas e valorizadas. 

Homenagem às avós

Jaiane Soares 

Jaiane Soares lembra que a baixa representatividade da mulher na política é histórica. Nesse contexto, ela comentou que para hoje estar eleita vereadora, não foi fácil, conquista que resulta do trabalho de muitas mulheres de outras gerações. 

“Sou neta de duas mulheres que vieram da zona rural, avó Aparecida e avó Maria. Avó Aparecida nem estudou. Aos 9 anos, foi trabalhar na enxada. Elas não tiveram as mesmas oportunidades que eu tive, mas tiveram muita sabedoria e discernimento para criar a família, mulheres muito trabalhadoras e honestas”, fez a homenagem, comentando, em seguida, que a geração dela já começou a ser diferente.

Jaiane espera ver mais mulheres na política não somente por causa da representatividade, mas para quem tenham voz e não sejam percebidas apenas como números.
Entre os eleitores de Arcos, as mulheres são16.999, 51% do total, ou seja, a maioria.