Carlos Donizette Lopes, o 'Zetão da Nestlé'
O Jornal CCO visitou Carlos Donizette Lopes, o ‘Zetão’ ou ‘Zeti’ que recebeu a reportagem em sua casa para contar um pouco das muitas histórias que o fizerem um arcoense muito conhecido especialmente por seu futebol.

Donizetti nasceu em 26/11/1956, um dos oito filhos de José Rodrigues Lopes Filho e Albertina de Castro Lopes. Ele estudou no Ginásio Yolanda Jovino Vaz e na Escola Estadual Dona Berenice de Magalhães Pinto.
Trabalho desde menino
Donizette começou a trabalhar bem cedo em diversas atividades: na roça, vendendo quitanda, engraxando sapatos na praça, entregando pães da padaria no 'Calciolândia' e, ainda menor de 18 anos, foi para Itabirito trabalhar numa construtora. Lá, ele trabalhou, por volta de um ano, no almoxarifado da empresa Andrade Gutierres, em Itabirito, até que um amigo (Renato) o convidou a vir para a Nestlé.
Por conta do futebol
“A Nestlé montava time de futebol para disputar o ‘Inter fábricas’, competição entre as diversas unidades da empresa. Daí, me chamaram para trabalhar na Nestlé e foi como arrumei o emprego, por intermédio do futebol. Entrei na Nestlé, em 1975 e não saí mais”. Lá, Donizette iniciou trabalhando na linha de produção de leite condensado, depois passou a operador de empilhadeira e finalmente, foi promovido a motorista.
Futebol
“Eu comecei, com 13 para 14 anos, jogando futebol de campo na equipe juvenil da Associação Atlética Arcoense (AAA), depois, com 16 anos, no time titular do Ypiranga Esporte Clube e, do Ypiranga, fui jogar futebol de salão na Nestlé”.
Quando a fábrica em Arcos começou a fechar, Zeti foi para a unidade de Ibiá (MG). “Eu fui um dos últimos a sair de Calciolândia, onde estava a Nestlé, para ir a Ibiá. Depois de dois anos, indo e vindo todos os finais de semana, me aposentei na unidade de Ibiá”.
“Ninguém imaginava que a fábrica de Arcos seria fechada, pois era a maior fábrica de leite condensado do mundo”. Na época, trabalhavam 280 empregados e, segundo ele, produzia uma média de 350 mil litros por dia que era usado para fazer leite condensado, leite longa vida entre outros produtos derivados.
Contando história
Lembrando das viagens para competir pelo ‘Inter fábrica’, Donizette contou uma das muitas histórias divertidas que aconteciam na convivência com os companheiros. “Certo dia, um colega da equipe ao servir-se dos alimentos numa bandeja no restaurante, por desconhecer ‘gelatina’, pediu para o atendente colocar a sobremesa sobre arroz e o feijão, acreditando ser uma espécie de molho” – contou quase gargalhando, com a lembrança.
Nestlé, uma família
Fernando Calixto Lopes, ‘Nando’, filho de Donizette, que acompanhou a entrevista e que também trabalhou na Nestlé, afirmou: “Antigamente, a Nestlé era como uma família. Meu avô (pai da minha mãe) trabalhou na Nestlé por 45 anos e lá também se aposentou. Eu mesmo, nasci e fui criado em Calciolândia”.
Aposentadoria
Zeti conta que, ao aposentar-se, na unidade de Ibiá, a Nestlé propôs contrata-lo como terceiro, responsável por três veículos a serviço da fábrica. Mas, diante da necessidade de ter que residir em Ibiá, sua esposa Marlene da Cruz Lopes, com quem está casado desde 1979, não aceitou mudar-se para lá.
Em Arcos, por volta do ano 2000, passou a fazer transporte de pessoas para hemodiálise, consultas médicas etc., em parceria com um amigo. Mas, Fernando lhe disse: “Pai você já trabalhou tanto. Não vamos esquentar muito a cabeça mais, não”.
Donizette por ele mesmo
Donizette, frequentador assíduo do Arcos Clube, disse que uma das grandes felicidades de sua vida, além das alegrias familiares, foi quando o Cruzeiro conquistou a Tríplice Coroa.
Donizette disse: “Gosto de quem gosta de mim e só não gosto de quem não gosta de mim. Simples assim e assim tenho muitas amizades na cidade, graças a Deus”.
Católico, com muita fé em Deus, ele acredita que Deus é um só e respeita todas as religiões.
Concluindo, Donizette fala da alegria que tem com seus netos. Alegria que ele expressa, com um largo sorriso, sempre que fala da Júlia e do Gabriel. Ele contou muitas histórias, além dessas, e certamente, muita mais haveria para contar. Este é Zeti ou Zetão, um legítimo Gente Nossa.
Zetão, Júlia, Nando, Gabriel e Dona Marlene