Complicações mais comuns após Cirurgia Bariátrica
Dr. Tarcísio Silva

A Cirurgia Bariátrica, ou Cirurgia de Redução do Estômago, tem se tornado cada vez mais uma grande aliada no tratamento dos grandes obesos. Desde que respeitadas as devidas indicações, traz grandes benefícios na saúde e qualidade de vida dos pacientes.
No entanto, por falta de orientação adequada, muitos pacientes submetidos a este tipo de cirurgia deixam de realizar o acompanhamento pós-operatório da forma correta.
O acompanhamento no pós-operatório é fundamental para que se consiga obter benefícios duradouros pela cirurgia. Exames clínicos e laboratoriais periódicos evitam o desenvolvimento de complicações e impedem o chamado “reganho de peso”, no qual alguns pacientes chegam a engordar quase todo o peso perdido nos primeiros meses da cirurgia.
Durante as reavaliações periódicas, são pesquisadas as seguintes complicações:
· Síndrome de Dumping: consiste num quadro de dor abdominal seguida de diarreia, sudorese, palpitações e mal-estar. Pode ser evitado com orientações dietéticas especiais.
· Síndrome de Wernicke: ocorre devido à falta de vitaminas do complexo B no organismo. Geralmente o paciente sente desânimo, dormências no corpo, memória fraca, e com o tempo aparecem danos neurológicos mais severos, com dificuldade de deambulação e perda de movimentos. É prevenida com reposição adequada de vitaminas.
· Hipoglicemia: corresponde à queda nos níveis de açúcar (glicose) no sangue. É frequente nos pacientes que não seguiram orientação dietética adequada.
· Cálculos na vesícula: complicação muito frequente após redução do estômago. Por isso todo paciente submetido à cirurgia deve realizar anualmente exame de ultra-som do abdome para descartar surgimento de pedras na vesícula.
· “Reganho” de peso: atualmente tem-se verificado que até 40% dos pacientes submetidos à cirurgia bariátrica voltam a ganhar peso após 5 anos da cirurgia. Na maioria dos casos se deve a falta de tratamento de distúrbios psíquicos, como ansiedade, depressão e compulsão alimentar, presentes já antes da cirurgia. Problemas hormonais não tratados (tireoide, ovários Policísticos, etc), falta de reeducação alimentar e sedentarismo também impedem uma perda de peso duradoura.
· Transtornos psíquicos: a maioria dos grandes obesos (IMC acima de 40) apresenta transtorno de compulsão alimentar, que é a real causa de sua dificuldade de controlar o peso. Esses pacientes, quando submetidos à cirurgia bariátrica, têm grande chance de trocarem sua compulsão alimentar por outro tipo de compulsão (compras, álcool, drogas) ou para desenvolverem outros distúrbios psíquicos, como depressão, dificuldades nos relacionamentos, etc.
· Disvitaminose e Osteoporose: dependendo da cirurgia realizada, o paciente precisa utilizar suplementos de proteínas, vitaminas e de sais minerais pelo resto da vida para se evitar essas complicações.
OBS: mais informações confiáveis podem ser obtidas no site da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (ABESO), www.abeso.org.br.