Detalhes sobre a prisão do suspeito de latrocínio em Arcos
Ele estava foragido na Rocinha/Rio de Janeiro e foi preso na Barra da Tijuca

A delegada Hionara Pimentel contou ao jornalista Tadeu Nunes, da Rádio Cidade, como foi a prisão do homem que teria sido o autor do disparo contra o dono de uma relojoaria em Arcos, no mês de abril de 2024.https://www.jornalcco.com.br/assalto-no-centro-de-arcos-termina-em-morte
O suspeito é natural de Divinópolis, mas agia na microrregião de Formiga, Córrego Fundo, Arcos. A prisão foi anunciada ontem (06/03) e aconteceu no estacionamento de um shopping na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. O criminoso estava foragido na “Rocinha”, no Rio de Janeiro, desde o ocorrido em Arcos.
A prisão resultou de uma operação realizada pelas Polícias Civis do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Pará. Drª Hionara relatou que ele foi preso em decorrência desse mandado de prisão da Comarca de Arcos e de outros seis mandados.
A delegada disse que, recentemente, eles teriam efetuado a prisão de outra suspeita que, inclusive, foi indiciada por ela e denunciada pelo Ministério Público. No entanto, a prisão teria sido revogada pelo juiz local e, atualmente, ela encontra-se apenas na posição de denunciada.
Segundo a delegada, os policiais estavam monitorando alvos pela prática de crimes na região do Centro-Oeste (receptação, furtos, roubos, adulteração de veículos). “De fato, eram uma associação criminosa e praticavam crimes em toda a nossa região. A gente espera que ele permaneça preso por muito tempo e que a Justiça realmente seja feita”, disse.
Dificuldades da Polícia em entrar na Rocinha, por limitação do STF
Drª Hionara afirmou que foram realizadas inúmeras diligências ao longo desse período, “uma investigação extensa e árdua”. A primeira foi concluída no prazo de 10 dias e houve uma prisão em flagrante. As investigações continuaram, tendo ocorrido denúncias referentes a vários suspeitos. Atualmente, há outro inquérito para apurar e identificar outro possível envolvido.
A delgada foi enfática ao informar que a Polícia Civil de Arcos tinha conhecimento da localização do suspeito desde o início. Relatou que desde a época em que foi feito o flagrante, já na ocasião da ratificação da prisão, ela representou pela prisão desse homem preso ontem, o que foi acatado pelo poder Judiciário local. Mas no dia dos fatos a Polícia foi informada que ele teria fugido para o Rio de Janeiro.
Desde então, a Polícia Civil tentou, “de todas as formas”, efetuar a prisão. No entanto, não foi possível entrar na Rocinha, em decorrência de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). “Tínhamos a informação de que ele se encontrava lá, mas a gente sabe que, infelizmente, o Rio de Janeiro hoje, costumo dizer que é refúgio de bandido, porque desde a decisão do STF que limita a realização de operações nas comunidades, nas favelas, isso tem dificultado muito a atuação da Polícia não só do Rio de Janeiro, mas também de outros Estados, porque os bandidos têm essa prerrogativa de ficarem escondidos lá, porque sabem que lá a Polícia não entra”, afirmou. Diante desse contexto, somente foi possível prendê-lo quando ele saiu da Rocinha.
A delegada disse que essa prisão, para ela e todos os policiais que participaram da investigação desse crime bárbaro, é uma sensação de alívio.
Namorada do suspeito
Drª Hionara comentou, também, sobre a prisão da então namorada desse suspeito preso ontem. Disse que estava empenhada nessa diligência e efetuaram a prisão quando ela retornava do Rio de Janeiro. A Polícia Civil tinha a decisão que autorizava a vistoria e a perícia no celular dela, o que viabilizou a localização exata desse foragido que foi preso ontem.
No entanto, ainda assim, os próprios policiais do Rio de Janeiro disseram à Polícia Civil de Arcos que lá era realmente um local inviável. “Isso me deixou muito frustrada, porque, embora a gente soubesse onde ele estava, não tivemos condições de efetuar essa prisão justamente por essa dificuldade de atuação da Polícia no Rio de Janeiro, que é uma condição de choca não só o Brasil, mas em nível mundial, porque realmente é uma coisa inaceitável. A Polícia no Rio de Janeiro muitas vezes não consegue atuar como deveria”.
Três presos
Outros envolvidos estão presos desde a ocorrência. Recentemente, em Audiência de Instrução e Julgamento que aconteceu no mês de novembro, outro autor que também estava foragido se apresentou espontaneamente. Policiais civis foram até o fórum e formalizaram a prisão dele.
Atualmente, são três envolvidos presos preventivamente em decorrência do latrocínio. A delegada mencionou, ainda, que uma das envolvidas permaneceu presa por aproximadamente seis meses, mas a prisão dela foi revogada na Audiência de Instrução e Julgamento.
“O que a gente realmente espera é que justiça seja feita . Foi um crime brutal e cruel que chocou a nossa cidade. Tirou a vida de um jovem trabalhador, pai de família. [...]. Logo teremos sentença e espero que realmente venha a condenação para todos”, concluiu.
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