Média de 3 mil assinaturas são recolhidas em protesto contra eliminação de escolas especiais
De acordo com a direção da escola ‘Dona Corina Ribeiro de Carvalho’, da Associação de Pais e Amigos do Excepcional (Apae), o Ministério da Educação cria medidas para que as instituições de ensino para portadores de necessidades especiais fechem as portas

Arcoenses protestaram contra medidas do Governo, através do Ministério da Educação, que visam acabar com as escolas exclusivamente dedicadas aos portadores de necessidades especiais, a exemplo da instituição de ensino ‘Dona Corina Ribeiro de Carvalho’, que funciona junto à Associação de Pais e Amigos do Excepcional (Apae) de Arcos. O manifesto aconteceu em um abaixo-assinado que reuniu cerca de 3 mil assinaturas. Outros municípios do Estado também recorreram à mesma medida e as assinaturas foram enviadas ao Governo Federal.
Em uma carta enviada ao CCO, a diretora da escola da Apae, Adriana de Souza Couto, explica a iniciativa e o que motiva o Ministério da Educação a querer fechar as escolas especiais. A alegação é de que o Governo tem o objetivo de promover uma política inclusiva, mas segundo Adriana Couto, ela só se realizará se for feita com “(...) dignidade”. Leia o texto na íntegra:
O Movimento Apaenano vem se mobilizando em todo o Brasil, através de ações de repúdio à Política de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, divulgada recentemente pelo Ministério da Educação e Cultura – MEC.
Este documento desconsidera e desvaloriza as escolas especiais como APAE’s e Pestalozzis, escolas de surdos, cegos, autistas, paralisados cerebrais, dentre outras deficiências, sem levar em conta que as instituições vêm desenvolvendo um excelente trabalho na oferta de educação especial a milhares de brasileiros.
Em três momentos, o Ministério da Educação elimina as escolas especiais de sua nova política:
- NÃO SERÃO CRIADAS NOVAS ESCOLAS ESPECIAIS.
- TRANSFORMAR AS ESCOLAS ESPECIAIS EXISTENTES EM CENTROS DE ATENDIMENTOS.
- CELEBRAÇÃO DE CONVÊNIOS SOMENTE COM AS ESCOLAS ESPECIAIS QUE SE TRANSFORMAREM EM CENTROS DE ATENDIMENTOS.
Nesse item, o Ministério determina que os convênios para liberação de recursos só poderão ser feitos com os centros de atendimento. Ou seja, exclui as escolas que não seguirem a nova Política.
Diante o exposto acima, a APAE de Arcos, unindo-se à Federação das APAE’s de Minas Gerais, dirigiu-se à nossa sociedade recolhendo assinaturas em um abaixo-assinado, para que pudéssemos enviar ao Governo Federal nossas reivindicações. Foram recolhidas cerca de 3.000 assinaturas em nossa cidade.
Na APAE de Arcos, encontra-se a escola “Dona Corina Ribeiro de Carvalho”, onde são oferecidos os cursos de educação básica (infantil, fundamental e profissional), e são atendidos 60 alunos da nossa comunidade.
Tentamos esclarecer a nossa população a importância da escola dentro das APAEs, onde as pessoas com deficiência recebem uma atenção especial às suas necessidades. Desejamos sim a inclusão, desde que ela seja feita com dignidade.
Agradecemos a toda comunidade que, com sua assinatura, pode impedir um ato discriminatória como este e que põe em risco o trabalho das entidades que buscam a promoção e a cidadania das pessoas com deficiência.
Matéria publicada na edião do CCO do dia 06 de janeiro de 2008.