Não houve interdição na obra da creche do Olaria em Arcos

Na semana passada, o CCO ouviu relato de uma moradora do bairro Olaria que apontava uma suposta interdição, pelo Corpo de Bombeiros, na obra da creche do bairro em Arcos. Esse teria sido um dos motivos do atraso na conclusão do prédio.

No entanto, depois da publicação da matéria no site do Jornal CCO (https://www.jornalcco.com.br/creche-do-olaria-em-conclusao-ha-quase-8-meses), a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Arcos afirmou que a informação está equivocada. O CCO obteve confirmação por parte do comando do Pelotão do CBMMG.

Mesmo assim, a obra segue atrasada, se for considerado que, em janeiro deste ano, o Governo Municipal publicou matéria com o título: “Obra da Creche no bairro Olaria está muito perto da conclusão”. Isso foi há oito meses.

Diante de questionamentos de moradoras da comunidade [leia abaixo], o CCO recorreu ao Governo Municipal, que publicou Nota assinada pela secretária de Educação, Sônia Zuquim e pelo secretário de Obras, Daniel Mendonça, informando à população que “[...] os esforços neste momento serão nos trabalhos de drenagem pluvial, contenção de um barranco e cercamento lateral. [...]”.

A Administração Municipal também informa que a Prefeitura contratou uma empresa especializada para a elaboração de projeto de Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), necessário para obter a aprovação do laudo do Corpo de Bombeiros que é documento necessário para a Secretaria Estadual de Educação autorizar o funcionamento do Centro de Educação Infantil ‘Jaia Batista’ (nome oficial da creche). 

Moradora já procurou o prefeito para fazer a solicitação 

Maria Auxiliadora, de 57 anos, é proprietária de uma loja na avenida Progresso. “Eu tenho uma netinha de 7 meses. Já tentei [vaga] com todas as diretoras que conheço e me falaram que não tem vaga”. Quando percebeu que não conseguiria, foi falar com o próprio prefeito e o mesmo respondeu que ela poderia se tranquilizar, pois até outubro a creche do Olaria estará funcionando.

Quastionado sobre o que faltaria para a conclusão da obra, o prefeito teria respondido que se tratavam de serviços rápidos e que ela poderia se tranquilizar. 

Auxiliadora aproveitou para “mandar um recado” para a Administração Municipal: “Deem um jeito de inaugurar a creche o mais rápido possível”. Ela argumenta:  “Não estou pensando só em mim. Estou pensando em todas as mães dos bairros aqui em volta, inclusive aquelas que pagam transporte para levar as crianças a outras creches”. 

Nas outras creches não tem vaga

Meire de Fátima, de 34 anos, proprietária de um mercado e residente no bairro Olaria, tem três filhos, dos quais uma pequena fica com sua sobrinha para que ela possa trabalhar. “Eu já liguei em várias creches. Não tem vaga. Daí, preciso pagar minha sobrinha, porque a nossa creche não abriu”. Com a creche próxima, facilitaria seu dia a dia. Outro fator favorável, segundo ela, é que na creche a criança se desenvolve, aprende mais do que estando com alguém que cuide. “A creche também é importante por conta do desfralde. A criança também se desenvolve com outras crianças”. “Inaugurem essa creche este mês, por favor!” – este é o recado que Meire manda para a Prefeitura. Aliás, ela já havia falado da dificuldade com a falta de creche há pouco tempo, quando participou da Série Bairros de Arcos, sobre o bairro Olaria. 

Sem condições de trabalhar fora

“É uma falta de respeito com a população. A gente que tem criança pequena e precisa de um lugar seguro para deixar”. Assim começou a entrevista com Luana Roberta, de 31 anos, que é mãe de quatro crianças, das quais o menor é que necessita de creche. O marido trabalha como ajudante de pedreiro e ela teve que deixar o trabalho de balconista de padaria. Ela conta que a dificuldade não é de agora. Há quatro anos, quando precisou para sua outra criança, também buscou sem sucesso. 

Luana também manda seu recado: “Liberem essa creche logo. São muitas mães que dependem dela. Aqui na nossa região não tem creche. Nós exigimos a creche. Pagamos nossos impostos e queremos retorno, sim!”. Ela encerra dizendo que, com a creche, ela poderia voltar a trabalhar.