O que já foi feito para desvendar a origem do mau cheiro de suínos em Arcos?

Moradores de alguns bairros de Arcos estão reclamando de mau cheiro na cidade. A suspeita é que o odor de suínos teria origem em granjas localizadas no Município de Formiga.
Segundo o secretário municipal de Meio Ambiente e Agricultura, Evandro Siqueira, como se trata de zona rural e outro Município, a fiscalização cabe à Polícia Militar Ambiental e Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD).
Na tarde de ontem, 14 de abril, ele informou ao CCO que já foram feitas várias reuniões com os responsáveis pelas granjas de Formiga. Na próxima quinta-feira, dia 17, irão visitar outras.
Em ofício enviado à SEMAD no dia 11 de fevereiro, Evandro Siqueira informa que os relatos foram intensificados em janeiro deste ano. O odor é característico de granja de suíno ou da atividade de suinocultura, sendo percebido de forma mais intensa na região central, sul e nas zonas mais elevadas da cidade de Arcos, na maioria das vezes à tarde e à noite. “Proveniente, muito provavelmente, da região dos Cristais ou Vermelhos, conforme relatos”.
As reclamações começaram em meados de 2024. Na correspondência, o gestor de Meio Ambiente e Agricultura também informa que, em 2024, a Prefeitura realizou investigações na região para tentar descobrir a fonte e causa do odor; e que “a percepção e data dos primeiros relatos coincidem com a instalação de uma granja de suinocultura localizada no município vizinho (Formiga)”.
Na atual gestão municipal, deu-se sequência à investigação. Segundo Evandro, foi feita a coleta de dados de direção e intensidade de vento, obtidos no sítio eletrônico do Instituto Nacional de Meteorologia – INMET, da estação de Formiga/MG (A524), com os dados de 1º a 22 de janeiro de 2025. Foi gerada a ‘rosa dos ventos’ (no software WRPLOT View - Lakes Environmental Software) e a investigação no relevo, a fim e diagnosticar, ao menos, a possível região da fonte de tal odor”, informou à SEMAD. Completou relatando que, depois de ouvidas diversas pessoas com conhecimento de causa e moradores da zona rural, seria realizada nova fiscalização.
Mais de 30 relatos
A Prefeitura está realizando cadastro com assinaturas de pessoas afetadas, incluindo nomes, bairros, dias e horários da percepção do odor. Já foram colhidas 34 assinaturas, sendo a maioria de moradores dos bairros Castelo e Sion, além da região central.
Ainda sem resposta da SEMAD
No dia 31 de março, o secretário municipal enviou outro ofício à SEMAD, especificamente ao Núcleo de Monitoramento da Qualidade do Ar e Emissões Atmosféricas – NQA, coordenado por David Hollanda Vianna. Nessa correspondência, ele solicita “apoio técnico e fiscalizatório a fim de diagnosticar a fonte do odor”. O envio foi protocolado.
Até então (início da tarde de hoje, 15 de abril), a SEMAD ainda não respondeu ao ofício. O secretário municipal está em contato para tentar acelerar e agendar reunião.
Polícia Militar Ambiental de Formiga
A Polícia Militar Ambiental de Formiga também foi acionada. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente foi informada que a unidade vistoriou todas as granjas de Formiga e não conseguiu identificar nenhuma irregularidade. Portanto, não houve notificações.
Daí a importância do apoio técnico da SEMAD. “Nessa situação, é muito difícil indicar a origem; temos que evitar falsas acusações e promover a investigação de forma técnica e científica”, comenta Evandro Siqueira.