População de Arcos deve priorizar a busca de atendimentos nos postos de saúde

Foi realizada ontem, dia 26 de março, pelo Conselho de Saúde e pela Secretaria de Saúde de Arcos, a VI Conferência Municipal de Saúde. O tema foi “Do SUS real ao SUS ideal: Saúde, direito de todos”, com um eixo direcionado à saúde dos trabalhadores.

O evento foi realizado no auditório da PUC Minas em Arcos, aberto à participação pública. Representantes das comunidades e do poder público, incluindo servidores da área de saúde, estiveram presentes.

O presidente do Conselho Municipal de Saúde de Arcos, Fernando Francisco Ribeiro, disse que é preciso saber os anseios da população.

A secretária municipal de saúde, Aline Arantes, ao citar o tema da Conferência, salientou que uma das finalidades é a elaboração de propostas para que seja analisado o que pode ser feito no Município em busca da melhoria na prestação de serviços, assim como propostas que poderão ser encaminhadas ao Estado e à União. 

No início da Conferência, percebeu-se um foco especial na Atenção Primária (atendimentos nos postos de saúde). Sobre essa atenção básica, referindo-se ao período de 2022, 2023 e 2024, Aline afirmou que os indicadores estão todos abaixo da referência, pelo menos considerando o período citado. Essas avaliações são feitas por quadrimestre. Portanto, ao final de abril de 2025 terá outra avaliação e o Município receberá nova nota.

Ao mostrar os altos números de atendimentos no Pronto Atendimento Municipal São José, a secretária de Saúde alertou que a maior procura nessa unidade sinaliza que alguns pacientes já chegam lá necessitando de internação, o que talvez poderia ter sido evitado se tivessem cuidado da saúde preventivamente, nos postos de saúde.  Mas também falou:

“É sinal de que a Atenção Básica precisa de uma nova diretriz. [...] Nós precisamos voltar o olhar de promoção e prevenção, principalmente em relação aos indicadores relacionados aos hipertensos e diabéticos [...]. Precisamos nos fortalecer e avançar. Esse paciente que não foi conduzido para as promoções e prevenções, ele vai chegar no Pronto Socorro, talvez, numa situação crítica”.
Aline comentou que o Pronto Atendimento é uma unidade para atendimentos de urgência e emergência, ou seja, para estabilizar o paciente. “Ali ele receberá um atendimento para ser estabilizado e poderá voltar numa situação muito mais complicada”.

Prefeito reforça a importância vital de diagnósticos precoces para evitar internações

O prefeito Wellington Roque, que é médico cardiologista, também enfatizou a importância dos cuidados básicos com a saúde, diagnósticos precoces (inclusive de doenças silenciosas), para evitar internações.

Em outra ocasião, ele havia falado sobre o trabalho dos agentes de saúde, que devem ir até as residências e acompanhar a situação dos pacientes com doenças crônicas, reforçando que “a saúde é feita por seres humanos para cuidar de seres humanos”.

Mencionou a necessidade atendimentos feitos com calma, o que nem sempre é possível em unidades de urgência e emergência. “[...] É o atendimento feito com calma, para controlar as doenças crônicas, para identificar precocemente [...], nas unidades básicas de saúde. Acompanhar o hipertenso, que é a doença mais comum do mundo [...]. Quando não é tratada adequadamente, vai levar a problemas nos rins, no coração, insuficiência cardíaca e outras”.

Além do debate sobre a necessidade de qualificação dos servidores municipais da área de saúde, sempre em busca da excelência, o médico e prefeito comentou sobre a mentalidade das pessoas e a necessidade de evolução.  

“Temos que mudar a mentalidade do nosso povo [...]. A saúde pública tem como base as unidades básicas de saúde. A política pública de prevenção e de promoção da saúde é que vai fazer com que a gente viva mais. [...] Não vai ser o equipamento que vai salvar as pessoas... o respirador mecânico [...]”.

Construção da UPA em Arcos é uma emergência

O prefeito mencionou uma recente reunião na Secretaria Regional de Saúde, onde uma representante considerou emergente, mais do que urgente, que Arcos tenha um novo prédio para atender aos casos de urgência e emergência. Falou, também, do histórico de intervenções da Vigilância [Sanitária] no prédio do Pronto Atendimento São José, cuja edificação é da década de 1970 e não é adequada para os atendimentos ali prestados. Nesse sentido, o prefeito disse que irá tentar, junto à Justiça, dar continuidade à construção iniciada na gestão passada e paralisada por irregularidades na obra.

Ao falar sobre atendimentos de urgência e emergência, Dr. Wellington voltou a mencionar a importância de atendimentos adequados e eficientes.

“É só com comprometimento de cada profissional, que vamos oferecer uma saúde diferente, um diagnóstico diferente para nossa comunidade. É gente! São seres humanos!”, salientou, falando da importância dos profissionais de enfermagem estarem atentos aos pacientes, verificando a pressão arterial, checando a medicação e buscando ajuda, quando necessário.

Foto da secretária municipal de Saúde, Aline Arantes.