Pousada dos Berto de Arcos: necessidades da instituição e o dia a dia dos residentes 

O Portal CCO Arcos esteve na Pousada dos Berto em Arcos, na tarde de segunda-feira, 23, para conversar com alguns moradores. Atualmente, são 31 residentes (17 homens e 14 mulheres).

As despesas gerais são custeadas com recursos provenientes de subvenções da Prefeitura, eventos e doações. Neste ano, o valor da subvenção social é de R$ 403 mil e o valor da subvenção de saúde é R$ 405 mil. Cada residente contribui com 70% de sua renda, sendo que 30% ficam para despesas com o idoso.

A coordenação e o presidente da instituição informam que o custo médio com cada idoso fica mais alto do que o percentual recebido de cada idoso, girando em torno de R$ 2.600,00. “Um idoso que recebe salário mínimo, sendo que, desse valor, somente 70% fica para o Lar, tem um custo médio de R$ 2.600,00”.

Uma vez por semana, o médico Roberto Alves vai até a unidade para atender os residentes que precisam de consultas.

Quanto às atividades de lazer, são realizadas oficinas ministradas por terapeuta diariamente, além de atividades ministradas pelos voluntários.

As perguntas foram respondidas pela coordenadora técnica da unidade, Gleysiane Lima e pelo presidente, Lindomar Ribeiro dos Santos.  

Necessidades do asilo atualmente


Atualmente, é necessário realizar a manutenção do maquinário da lavanderia, ampliar a usina fotovoltaica, construção de banheiro próximo à área de eventos, trocar a adesivação dos automóveis. A unidade também precisa de doações de material de limpeza, fraldas, cortinas e toldos.

Doações em dinheiro podem ser feitas por Pix: Chave: (37) 98812-4929

Residentes falam sobre o dia a dia na instituição

Ir morar no asilo não é o desejo de todas as pessoas. Há aquelas que mesmo vivendo sozinhas e precisando de cuidados preferem ficar em casa. Por outro lado, há quem faça a opção por morar em uma instituição para idosos. É o caso da costureira aposentada Maria Irene Alves da Silva, de 76 anos, que chegou à Pousada dos Berto em Arcos na última quinta-feira (19).

Dona Irene vivia sozinha em casa, no bairro Juá. Por causa dos problemas cardíacos e de rins, desde 2023, necessitando de internações com certa frequência, os médicos orientaram que ela não poderia ficar sozinha.

Nessa situação, começou a ter quadros de depressão e ansiedade. Sem recursos financeiros para custear diárias de acompanhantes, ela mesma foi até o asilo, passou pela entrevista e providenciou os documentos para sua mudança.

Maria Irene foi acolhida no asilo no último dia 19 

 “Eu tinha medo de morrer”

Durante a entrevista ao Portal CCO Arcos, na última segunda-feira (23), Dona Irene contou: “Quinta-feira eu vim e estou amando! Gosto de tudo aqui e do jeito dos profissionais trabalharem; até agora não tenho queixa de ninguém e estou me sentindo muito bem. Tinha mais de um ano que eu não dormia bem. Eu tinha medo de morrer. Dormia com a janela aberta”.

Ela disse que dormiu bem nesses dias e que sente falta apenas de cuidar das plantas e da cachorrinha que ela tinha em casa. Mas em seguida, afirmou: “Me sinto mais feliz aqui”. 
Dona Irene é natural de Pedra do Indaiá/MG, morou em São Paulo e mora em Arcos desde 1987. Trabalhou como costureira industrial ao longo de 40 anos. Foi casada durante 32 anos e o divórcio ocorreu quando ela já estava com 63 anos. O ex-marido mora em Campinas/SP e o casal não teve filhos, o que não foi uma opção. “Não vieram filhos”, ela disse. Ela relatou, emocionada, que cuidou de um menino, que era afilhado dela, até os 15 anos de idade, mas depois ele optou por morar com a mãe, em São Paulo”. A mãe veio buscá-lo em 1992.

Fernando Pires, ex-distribuidor de jornais

O arcoense Fernando Pires, 73 anos, que foi distribuidor de jornais ao longo de 25 a 30 anos, está morando na instituição há nove meses, devido a uma reforma na casa que era do pai dele, já falecido. “Estou passando uma temporada aqui. Vou ficar aqui um certo tempo e depois pretendo voltar”, comentou, ao falar da reforma.

Sobre o dia a dia no asilo, ele disse que todos recebem os cuidados necessários e que os funcionários são educados. No início não foi fácil. “Quando vim, fiquei preocupado [...]. Vi pessoas sentindo dor, pessoas gritando. Isso me entristeceu. Também vi que elas sempre eram cuidadas”, disse e acrescentou: “Tem pessoas muito boas que cuidam da gente aqui”.  
Para “passar o tempo”, ele continua atento às notícias na TV. Também participa das atividades do lar, a exemplo de caminhadas pela manhã.  

Fernando disse que está com Doença de Parkinson, mas já melhorou bastante depois que está tomando os medicamentos. Ele sente falta das irmãs que moram fora.  Recebe visitas.

Regina Amaral destaca a garantia da assistência de cuidadores 24 horas 

Regina Maria Amaral, de 75 anos, nasceu em Iguatama, morou em Taubaté (SP) e veio para Arcos aos 20 anos. Foi costureira, professora na alfabetização de adultos e também trabalhou no escritório da Conexão Vida, ajudando, inclusive, na redação do jornal da entidade. Está no asilo desde 2023, também por opção.  Recentemente, ela precisou ser submetida a uma cirurgia em decorrência de aneurismas. “Assim que o médico abriu, os aneurismas explodiram. O recurso foi amputar uma das pernas”, relatou. Regina é solteira e não teve filhos. Ela disse que uma sobrinha queria cuidar dela, mas ela optou por ficar no asilo, devido à assistência de enfermeiros e cuidadores 24 horas.

O Dia Nacional do Idoso e Dia Internacional da Terceira Idade será comemorado amanhã, 1º de outubro. É uma oportunidade para que todos reflitam sobre a importância de cuidar dos idosos da família e da comunidade, encaminhando-os para as assistências que precisam.