Primeiro os índios, depois os portugueses
Como a história se repetiu em Minas durante a povoação do Estado

Os índios habitaram aquelas terras com soberania, até que brancos vindos do outro lado do mundo chegaram por lá e começaram a povoar com europeus um espaço até então indígena. Sem nenhuma política de boa vizinhança, índios foram dizimados, enquanto portugueses começaram a dominar o território. Foi assim que começou a história registrada de Arcos. Sim, Arcos. A exemplo do que contam os livros sobre o “Descobrimento do Brasil”, os primeiros habitantes mineiros foram mesmo os indígenas. O resto desta parte da história você já conhece: ocupação forçada, chacinas, europeus abarrotados de roupas chegando à terras tropicais.
Conta-se que a primeira ocupação em terras mineiras foi feita pelos nativos cataguases, vindos do Ceará. Logo após chegaram os exploradores portugueses. Com um território imenso a ser povoado, a coroa portuguesa começou a promover a emigração lusitana para a já capitania de Minas Gerais. Foi nesse período que chegou por estas bandas a família de Inácio Corrêa Pamplona, combatente de índios, capturador de escravos fugidos e expert em ceder terras a si mesmo, familiares ou amigos.
Foi ele quem em 1767 realizou a primeira entrada pela “Passagem das Perdizes”, próxima à foz do rio Bambuí. Ali formou-se um núcleo em torno do qual outros povoados foram surgindo: Desempenhado, Pains, Iguatama, Japaraíba, Córrego Dantas, Luz, Lagoa da Prata, Arcos. Essas localidades se transformaram nas chamadas sesmarias, extensões de terra que mais tarde foram doadas à famílias como Rodrigues de Souza, Lima, Pereira, Lopes, Faria e vários outros. A família de Pamplona foi beneficiada nesse processo, conseguindo oito cartas de sesmarias para si.
Começou, assim, a formação de plantações agrícolas e pastos na região. Com o crescimento das localidades e a possibilidades de negócios nesses terrenos, mais colonizadores vieram para cá e em 1800 o Estado presenciou a explosão de europeus interessados em transformar a terra nova em seu lar, doce lar. Para os proprietários das sesmarias, essa foi também uma boa oportunidade de conseguir lucros com os terrenos que haviam recebido como doação. Assim, as sesmarias se transformaram em produto e passaram a ser vendidas também.
Pioneiros da colonização, nas primeiras décadas do século XIX
José Garcia de Castro
Cândito José da Silva Guimarães
Venâncio Dias
Antônio Felipe Arantes
João Francisco da Silva
João Forte da Costa
Antônio Thomas da Fonseca
Jacinto Misael de Carvalho
Manoel Antônio de Barros
João Ferreira Rodrigues
Joaquim Veloso da Silva
José Joaquim da Santana