Professora que leciona em Arcos fala sobre a realidade em sala de aula
Ela vê a escola como “parte de um sistema que não está funcionando” e comenta sobre o desinteresse dos alunos e da família
Nesta terça-feira, 15 de outubro, comemora-se o Dia do Professor, umas das profissões mais antigas e que enfrenta muitos desafios em vários aspectos, entre eles, baixo salário e, muitas vezes, estruturas e materiais precários para o trabalho.
A data celebra a importância dos profissionais da educação que auxiliam na formação de diversas pessoas. Dia 15 não é feriado nacional nem ponto facultativo, mas feriado escolar, conforme o Decreto Federal nº 52.682, de 14 de outubro de 1963.
No Brasil, a criação do Dia do Professor está associada à Lei de 15 de outubro de 1827, assinada por D. Pedro I.
Professor é aquele que ensina, educa e, em alguns casos, faz o papel da família ao orientar sobre virtudes, respeito aos outros e disciplina.
Para ser um médico, engenheiro ou profissional de qualquer outra área, você precisa de um professor para ensiná-lo. Todas as profissões passam por professores.
A valorização do professor é um tema de grande importância para o contexto social e educacional, uma vez que eles são fundamentais na formação das novas gerações. Atualmente, no Brasil, dados apontam para o desinteresse pela profissão. Apenas 5% dos estudantes do ensino médio manifestam o desejo de serem professores e 12% sinalizam algum interesse na profissão, de acordo com dados do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) e Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes).
Para falar sobre a realidade da profissão, o Portal CCO Arcos entrevistou a professora Elioenai Brasileiro de Morais Santos, que leciona a disciplina de Matemática há 12 anos. Ela trabalha na escola estadual Yolanda Jovino Vaz.
Elioenai disse que ser professora era um sonho de criança. “Eu acreditava que tinha o dom de ensinar”.
Na opinião dela, o maior desafio de ser professor atualmente é o uso de celular dentro da sala de aula e o desinteresse por parte dos alunos. Ela vê a escola como “parte de um sistema que não está funcionando”.
Na expectativa de envolver os alunos, a professora procura desenvolver projetos ligados diretamente com o cotidiano deles.
O mau uso da tecnologia
O problema não é a tecnologia, mas a maneira como tem sido usada. Na opinião dela, a educação em meio globalizado “abre grandes oportunidades para quem sabe aproveitar”. No entanto, nem todos querem.
Integrar a tecnologia nas salas de aula é mais difícil porque, segundo nossa entrevistada, a escola não possui tecnologia para ser utilizada dentro da sala de aula. Elaborar trabalhos para serem realizados fora da escola é alternativa. É o que ela faz.
Desinteresse dos alunos e dos pais
“Infelizmente, os alunos de hoje não têm interesse algum nos estudos aprofundados. Muitos abandonam antes mesmo de terminar o ensino médio”, comenta a professora.
Outro grande desafio é a participação dos pais na educação dos filhos. “Este sim, é um desafio enorme, mas tentamos levar os pais para a vida escolar do aluno, com reuniões e projetos dentro da escola, premiando os alunos em destaque”.
Ela acredita que os alunos esperam que o professor, no mínimo, domine a matéria que ele irá lecionar. “Também esperam respeito e postura de um profissional eficiente”, conclui.
Pesquisa, Entrevista e Redação:
Leonardo Ferreira (estagiário)
Leia outras entrevistas do Portal CCO com professoras:
https://www.jornalcco.com.br/educadora-arcoense-e-autora-de-14-livros
