Queimadas também aumentaram na zona rural de Arcos em 2024

Não diferente dos incêndios em lotes vagos na zona urbana, na área rural de Arcos também houve aumento de ocorrências com queimadas nos seis primeiros meses de 2024 na comparação com o ano passado.

Jul 12, 2024 - 10:36
Jul 12, 2024 - 11:23
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Queimadas também aumentaram na zona rural de Arcos em 2024


Em 2023, foram registradas e ou combatidas pelos bombeiros 23 queimadas no primeiro semestre, enquanto que neste ano, entre janeiro e junho, o total alcançou 40 registros. Os números apontam para o dobro de registros, aproximadamente, na comparação dos dois anos.

Se somarmos as quantidades de incêndios no campo e na cidade, 2024 já indica a marca de 125 incêndios em Arcos. No ano passado, este total foi de 179. Considerando que o segundo semestre deverá registrar quantidade expressiva, especialmente nos meses de julho a setembro, tal como ocorreu em 2023, o total deste ano deverá superar o somatório do ano passado.

Vale lembrar que há evidências de que em muitos casos, tanto as queimadas, quanto o uso do fogo em lotes vagos, é um expediente usado pelos próprios proprietários para evitar os custos de uma limpeza na área. No entanto, como se diz: "É o barato que sai caro". Pois os danos e prejuízos são muitos em quantidade e em variedade.Para destacar esses aspectos negativos, a seguir, reprisamos os comentários feitos pelo Capitão Mateus Campos Cunha, comandante da 4ª Cia BM, abordando o assunto dos danos, na matéria veiculada na segunda-feira, 08/07, sobre incêndios na zona urbana que são válidos para a área rural.

Os prejuízos

O comandante afirma que os prejuízos dos incêndios em vegetação em áreas urbanas e rurais são extensos e afetam tanto o meio ambiente quanto a sociedade. Ele elenca alguns dos impactos mais importantes.

Impactos Ambientais

A destruição de habitats naturais resulta na morte ou migração de espécies animais e vegetais, o que pode levar à extinção de espécies e à redução da biodiversidade.

A liberação de gases do efeito estufa, como o dióxido de carbono, contribui para o aquecimento global e o agravamento das mudanças climáticas.

O solo perde a capacidade de reter água, levando à erosão e ao assoreamento de rios e nascentes, reduzindo a qualidade e a quantidade de água disponível.

A redução da capacidade da vegetação de absorver e reter água pode levar a uma maior incidência de enchentes, deslizamentos de terra e secas, intensificando a ocorrência de desastres naturais.

Prejuízos na produção agrícola e patrimoniais

Além desses fatores, segundo o comandante, as queimadas podem afetar a produção agrícola, gerando prejuízos para a pecuária e reduzindo a qualidade e a quantidade de recursos hídricos disponíveis para a indústria e a população. Ele aponta ainda os prejuízos materiais: “As comunidades que vivem em áreas afetadas pelas queimadas podem ter suas casas, plantações e recursos naturais destruídos pelo fogo”.

Impactos Socioeconômicos

A fumaça das queimadas pode conter substâncias tóxicas que afetam a saúde respiratória, especialmente em crianças e idosos, e podem agravar doenças cardiovasculares.

Comentário da diretora do ‘São José’

Também mencionado na matéria sobre o fogo na área urbana, destaque-se que a Dra. Daniella Ribeiro, diretora Clínica do Hospital São José, em recente entrevista ao CCO, indicou os incêndios em lotes vagos e queimadas como os principais responsáveis pelo aumento significativo das doenças respiratórias, desde maio (mesmo mês em que foi registrado o aumento dos incêndios e queimadas em Arcos).

Finalizando, percebe-se que o período de maio a setembro corresponde à maior quantidade de registros dentro do ano.