Série ex-prefeitos de Arcos: a contribuição de Zito Leão para Arcos, prefeito na década de 1960

O ex-prefeito Albertino da Cunha Amorim (Zito Leão) nasceu em Perobas, município de Piumhi, em maio de 1920. Foi registrado naquele Município, mas passou a morar em Arcos ainda criança. A família já morava aqui.

Faleceu em janeiro de 1988, aos 67 anos, depois de cinco anos em estado vegetativo, período em que recebeu grande número de visitas, mantendo a tradição da fase em que ele era saudável.

Foi casado com Sebastiana Dias Amorim, arcoense. Ela faleceu em 2020, aos 96 anos incompletos. O casal teve os filhos: Aparecida, Osvander (falecido em 2014), Eliana, Élida e Vilmar. Dona Sebastiana teve outras gestações incompletas e um filho que morreu aos 6 anos de idade. Era dona de casa e ajudava o marido no comércio.

Em busca de detalhes sobre a vida de Zito Leão, o CCO entrevistou a filha dele, Élida Dias Calixto da Cruz, que foi bancária e professora. Atualmente aposentada, ela mora nos Estados Unidos e passa temporadas em Arcos e Ribeirão Preto (SP).

Élida contou que o pai tinha deficiência visual desde criança. Aos 8 anos, perdeu a visão de um lado, em virtude de um acidente com uma corda de violão. Depois dos 50 anos, perdeu a visão do outro olho, devido ao glaucoma, ficando completamente cego. "Ele dizia que não poderia viver daquele jeito mais, que não fazia sentido", recorda.

Felizmente, depois de um procedimento realizado no hospital Hilton Rocha em Belo Horizonte, recuperou parte da visão que tinha perdido aos 8 anos de idade. Mesmo sem enxergar por um período, ele manteve os negócios, inclusive de comerciante de gado, que era a principal atividade.

Durante o período no qual esteve em Belo Horizonte, junto à esposa, por ocasião da cirurgia, os dois foram convidados a ficarem na casa de Francelino Pereira, que era amigo de Zito Leão e governou Minas de 15 de março de 1979 até 15 de março de 1983. A filha também conta que ele tinha bom relacionamento com políticos de renome como Tancredo Neves (governador de Minas na gestão 1983-1984 e eleito presidente do Brasil, pelo Colégio Eleitoral, em 1985, tendo morrido antes de tomar posse) e Magalhães Pinto (eleito governador de Minas em 1960).

Em Arcos, era da ala política do médico João Vaz Sobrinho, partido UDN (União Democrática Nacional), mas, segundo a filha, tinha ótimo relacionamento com políticos de outras alas.

Festa de rodeio onde hoje é a escola "Berenice"

A dificuldade de enxergar não impediu que Zito Leão trabalhasse e se dedicasse à vida pública, mesmo sem receber por isso. Foi prefeito sem remuneração.

Ao contrário, afirma Élida, ele chegou a investir dinheiro próprio, porque a Prefeitura não tinha arrecadação suficiente.

Também organizava e promovia eventos para angariar recursos. Segundo a filha, ele foi o responsável por uma das primeiras festas de rodeio em Arcos, realizada onde hoje é a escola estadual "Berenice de Magalhães Pinto". Na época, o terreno sediava a Vila Vicentina (da Sociedade São Vicente de Paulo). Uma vez que o espaço seria destinado à construção da escola, Zito Leão mobilizou a comunidade local para participarem do evento festivo com renda destinada à construção das casas na nova Vila Vicentina, no bairro São Vicente. "Eles cercaram tudo e fizeram um rodeio e barracas. Lembro que dormíamos debaixo das mesas [nas barracas], de madrugada, quando tínhamos 8, 9 anos, porque minha mãe, avó e minhas tias passavam a noite fritando pastéis para vender e ajudar a construir outras casas da nova Vila Vicentina".

Élida conta que o pai foi dono da égua "Fogosa", famosa na região pelas apresentações em rodeios. "Frequentávamos todas as exposições. Nenhum peão parava em cima dela", lembra Élida, contando que a égua foi uma atração nas festas de rodeio durante anos. O animal ficava na "Tropa do Pereirinha", onde recebia os devidos cuidados, depois foi vendido para um comprador de Santo Antônio do Monte.

Iniciativas para Arcos

Tomada de Posse. Mandato: 1963 a 1967

Zito Leão foi prefeito de Arcos no período de 1º/02/1963 a 31/01/1967. No livro história de Arcos, de Lázaro Barreto (1992), estão publicadas as obras da gestão dele: construção das casas da Vila Vicentina; doação do terreno ao Estado para a construção da escola estadual Dona Berenice de Magalhães Pinto; início da construção do prédio do Fórum; instalação da unidade local da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais); instalação da agência local da Minas Caixa; construção