Série Membros da Academia de Letras de Arcos
Rivane Rodrigues é autora do livro Gotas de Silêncio

Rivane Rodrigues Ferreira, 56 anos, escreve desde a adolescência. Já produziu aproximadamente 150 textos, tendo preferência pela poesia, pelos contos e pela literatura infantil.
A primeira incentivadora foi a mãe dela. “Ela gostava de ler histórias para mim, livros, revistas e jornais”. Também foi incentivada pela tia e professora Geralda Magela Martins Rodrigues (in-memoriam) e pelo amigo José Carlos Assunção, professor, que fazia as correções das poesias.
Rivane é filha de Maria da Glória Ferreira Rodrigues e de José Maria Rodrigues (ambos falecidos) e mãe de Lohanna Eleonora Rodrigues Ferreira, de 27 anos.
No momento da escrita, ela busca inspiração “nos antepassados, na dádiva de estar viva e nos acontecimentos bons ou ruins do dia a dia”. Já conquistou premiações em concursos de poesias no Rio Grande do Sul, em São João del-Rei, Lagoa da Prata e no Festival ‘Beagá Psiu Poético’.
É autora do livro de poesias Gotas de Silêncio, publicado em outubro de 2023, assim descrito pelo professor José Carlos de Assunção: “Apresenta um manancial não mensurável de produção criativa de sentido. Num passeio rápido por alguns trabalhos registrados pela autora, produzindo uma louca e sadia explosão de sentidos, é tecido um convite à confortante leitura”.
A presidente da Academia de Letras de Arcos (Alarc), Rosana Silva, também escreveu sobre o livro: “[...] Além dos poemas que retratam a existência do homem, bem como sua transitoriedade, a poetisa mostra toda sua sensibilidade ao tratar de temas históricos como a pandemia da covid-19, que assolou o mundo [...]”.
A autora conta que seu livro é tomado por “emoções, realidade, encantamento, afeto”. Completa: “É um banquete poético!”. A escolha do título foi uma homenagem ao irmão dela, Rogério Rodrigues, que é um paciente que recebe cuidados de enfermagem 24 horas.
Patrona: Dona Hilda Borges de Andrade
Rivane é membro da Alarc desde a fundação, em 03 de dezembro de 2020, ocupando a cadeira 08, da patrona Hilda Borges de Andrade. “Escolhi Dona Hilda Borges de Andrade pelo que ela foi e significou para nosso Município de Arcos, uma mulher muito forte, que fez uma política brilhante, como poucos já fizeram. [...] Inclusive foi intitulada ‘a prefeita dos pobres’.”. Dona Hilda foi prefeita de Arcos nas gestões 1989 -1992 e 1997-2000. Morreu em 22 de julho de 2008.
Contabilidade, Enfermagem e Poesia
A escritora mora na Vila Boa Vista, tendo estudado na escola estadual do bairro (de mesmo nome), na escola estadual Dona Berenice de Magalhães Pinto e no colégio Dom Belchior, onde fez o curso técnico em Contabilidade. Ela cita os professores que marcaram sua vida de estudante: D. Clair Veloso, D. Berenice, D. Teresinha Veloso, D. Sônia Gontijo Torres (ex-diretora).
Rivane chegou a trabalhar na área de Contabilidade. Depois de algum tempo, fez o curso técnico em enfermagem e exerce a profissão no serviço público de saúde. Nas horas de folga, dedica-se à escrita. Muitas de suas poesias foram publicadas no impresso Correio Centro-Oeste e em outros jornais da cidade.
Tributo à Divina Pereira de Sousa, minha avó!
De sua neta: Rivane Rodrigues Ferreira
Minha saudosa vó Divina
Quanta falta nos faz nesses 12 anos
Desde o dia em que a senhora partiu para o plano espiritual, em 21/12/2012.
Mulher guerreira, alto astral, seu jeito vó, era divino...
Saudades também dos seus deliciosos tarecos e biscoitos doces
Ah, quantos passeios fizemos juntas, em excursões de ônibus, nas cidades vizinhas
Mulher trabalhadeira, lavava roupas no rio e carregava na cabeça, a bacia cheia de roupas
E a senhora era feliz e eu também,
Minha vó Divina era de uma sabedoria impressionante
Pra todos, ela sabia dar um conselho
Muito amada, por todos os netos
Não esmorecia diante de nada, nem dos sofrimentos e labutas da vida
Sua casa era aconchegante, vivia cheia de gente
Todos tinham livre acesso, até de pegar um pedaço de rapadura
Naquela época de bons causos intermináveis no alpendre
Ah, vó Divina, tenho tantas coisas para te contar...
Algumas muito boas, outras nem tanto
Só a senhora sabia arrancar da gente aquele sorriso em tempos ruins
Tudo para a senhora era festa
Realmente eu era menina boba, como gostava de mim chamar
A senhora sempre levantava o vestido diante dos problemas e gargalhava...
E sempre a nos falar
Tudo nessa vida passa
Até as coisas ruins
Eh, mulher sábia e de uma coragem e fé inabaláveis
O tempo passou, mas, seus ensinamentos ficaram...
Sabe aquelas horas em que a vontade é correr pra sua casa e te contar nossas dores e ouvir seus conselhos certeiros,
Sempre tem essas horas, sabe vó...
Sinto sua presença e seus olhos espertos continuam a nos direcionar daí de cima
Dia e noite...
Na luz do sol e no brilho das estrelas
A senhora faz morada eterna nos meus pensamentos, em todo o meu ser e no meu caminhar por essa longa estrada, chamada
Vida
E meu coração acelera...
Lembro que sua casa agora é na morada celestial
Junto de Deus, dos anjos e junto dos nossos entes amados, que também se foram...
A distância parece não ter fim
Mas, não é verdade, minha querida vó Divina, sinto a sua presença divinamente o tempo todo...
Perto de mim!!!